Professoras de Marília (2012)


 

O documentário "Professoras de Marília" produzido em 2012 e dirigido por Giovanni Alves, descreve a brutal precarização do trabalho docente na rede pública da cidade de Marília, cidade localizada no interior do estado de São Paulo. Não é à toa que o documentário retrata o cotidiano de trabalho na escola pública de professoras, trabalhadoras do sexo feminino, haja visto que na educação básica, o quantitativo de mulheres no quadro de docência é superior ao de homens, e são sobre essas mesmas trabalhadoras, que recaem os maiores  processos de precarização, de aviltamento e de exploração no sistema educacional brasileiro.
Os baixos salários, as altas cargas horárias semanais de aulas, a massificação das turmas com grandes quantidades de alunos por sala, o desmanche do plano de carreira docente, o trabalho em várias escolas, o não cumprimento da Lei Nacional do Piso pelos gestores públicos, o aniquilamento do sistema previdenciário do magistério, sucateamento de planos de assistência à saúde municipais e estaduais, a inclusão das políticas meritocráticas nas escolas que anularam direitos trabalhistas dos professores, todos estes fatores associados tem aumentado a precarização e a exploração do trabalho docente, não apenas na cidade de Marília, mas como também em todo o Brasil.
A super exploração docente que se dá através da intensa precarização e da perda de direitos trabalhistas tem gerado uma epidemia de doenças psicossomáticas em toda a classe docente. O adoecimento docente tem provocado um intenso afastamento de professores das salas de aula por licenças médicas e até mesmo afastamentos definitivos por invalidez. Doenças tais como estresse, síndrome do pânico, doenças de coluna, LER DORT, problemas neurológicos, Burnout e etc. tem sido comuns entre docentes de escolas públicas, o que tem provocado ainda o grande consumo e o uso contínuo de medicamentos e remédios controlados por professores e professoras para se manterem em sala de aula.
O que assistimos atualmente é uma epidemia de doenças psicossomáticas que afetam a vida dos docentes de escolas em consequência da brutal e desumana precarização do trabalho nas escolas. As contínuas greves e mobilizações de docentes em todo o Brasil, demonstram também a grande insatisfação e reação destes trabalhadores frente à super exploração enfrentada dentro e fora das salas de aula.