Em um futuro recente, toda a
humanidade é submetida a uma transformação tecnológica capaz de provocar
alterações genéticas que modificam radicalmente o relógio biológico humano, retardando o envelhecimento
das pessoas ao ponto de todos os indivíduos envelhecerem somente até os 25 anos
de idade. Todas as pessoas crescem até os 25 anos de idade e depois disso não
envelhecem mais. Entretanto, a partir desta idade começa a funcionar o relógio
biológico das pessoas de forma temporal regressiva, daí todos passam a
pagar para recarregar o tempo do relógio a fim de sobreviverem, entretanto, surge
a divisão entre aqueles que necessitam trabalhar para adquirir tempo para sobreviver e uma outra minoria que explora o tempo daqueles e passa então a viver eternamente.
Cada indivíduo no filme nasce
geneticamente com uma carga de tempo de sobrevivência, mas que é contada
somente a partir dos 25 anos de idade. Inicia-se a partir de então, uma
contagem regressiva da carga de tempo que o indivíduo possui em seu relógio corporal.
Para a manutenção da sobrevivência é necessário recarregar o relógio de tempo
de forma contínua, caso contrário, as pessoas morrem sem o tempo. A vida dos
trabalhadores torna-se então uma corrida frenética e obstinada pelo tempo. Aqueles
que trabalham, ao final de cada jornada diária nas fábricas, recebem uma cota
de recarga de tempo. Torna-se necessário trabalhar hoje para ganhar as 24 horas
de vida para sobreviver o dia seguinte, trabalha-se apenas para sobreviver dia após dia. Os alimentos,
as passagens de ônibus, as compras nos supermercados e nas lojas são pagas com
frações de tempo que cada um possui. A força de trabalho é reproduzida na forma
de mercadoria, onde a moeda de troca é o próprio tempo de vida. A precarização
do trabalho e da vida são manifestos na escassez de tempo para os trabalhadores,
como relata o personagem Will Salas em um diálogo do filme: “Ou o tempo ou a
sua vida, ambos são a mesma coisa”.
O filme retrata a máxima capitalista “Time is Money”, onde literalmente na vida dos personagens tempo é dinheiro e vice versa. O tempo passa a ser no filme uma simbologia do dinheiro, retratando a exploração de classe e a hierarquia social na sociedade capitalista. Enquanto os trabalhadores pobres residem no gueto, onde são segregados e explorados, os mais ricos e donos do grande capital trabalham e moram em New Greenwich, um local de muita riqueza e prosperidade.
O tempo dos trabalhadores,
subtraído através do trabalho mecânico e alienado, vai todo para New Greenwich,
onde é acumulado e usufruído pelos mais ricos e donos do capital. Os moradores
de New Greenwich não possuem preocupação com o tempo, fazem tudo devagar e adquirem
a vida eterna, pois o tempo que lhes sobra é produto da exploração e da morte dos
trabalhadores que residem no gueto. Para os moradores de New Greenwich viverem
a eternidade, é necessário o extermínio de classe, ou seja, o genocídio diário
no gueto.
Filme muito interessante!
ResponderExcluirApesar de não ser exatamente assim na vida real, se assemelha muito, já que nunca temos tempo suficiente e as camadas mais excluídas da sociedade sempre são as mais afetadas pela falta do tempo, já que devemos correr atrás de tudo arduamente. Enquanto os privilegiados economicamente falando, só tende a ganhar mais e mais.
Mirelly Santos.
Muito bom o filme. Conseguimos comparar com nossa vida cotidiana, onde quase tudo se resolve com dinheiro, e as pessoas de classe mais baixa (pobres) sempre saem prejudicadas.
ResponderExcluirLarissa Oliveira