"Eu cometi um grande erro na vida. Se eu soubesse que os alemães não conseguiriam produzir uma bomba atômica, eu não teria participado da abertura dessa caixa de Pandora." (Albert Einstein)
(Escrito por Renato Coelho)
O documentário "Einstein e a Bomba", lançado em 2024 e dirigido por Anthony Philipson, traz diálogos e imagens extraídas de documentos, cartas e vídeos do próprio arquivo pessoal de Albert Einstein. Considerado o "maior gênio da humanidade", criador da Teoria da Relatividade, e ganhador do prêmio Nobel, Einstein participou diretamente do projeto de criação da Bomba Atômica. Ao escrever uma carta, dirigida ao presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, sobre a urgência em realizar pesquisas sobre armas atômicas, Einstein, então potencializa a corrida pelas pesquisas sobre armas nucleares, culminando na criação do Projeto Manhathan. A justificativa escrita na carta de Einstein, dizia respeito a uma eventual possibilidade, dos nazistas alemães, produzirem primeiro tais tecnologias atômicas de guerra, antes mesmo dos EUA.
Albert Einstein se considerava um pacifista e militante, entretanto, assume seu grande erro por ter participado diretamente da criação do projeto da Bomba Atômica, e que mais tarde, produziria a barbárie e a destruição sem igual, sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, ao final da Segunda Guerra Mundial.
Einstein participa do Projeto Manhathan, não somente através de suas ideias e teorias da física, mas sobretudo ao assinar e endereçar a sua famosa carta ao presidente dos EUA, que fez acelerar e capitalizar mais recursos para as pesquisas sobre a construção da primeira Bomba Atômica.
Este documentário, sobre a vida de Albert Einstein, traz respostas, a várias perguntas não respondidas que aparecem no premiado filme e ganhador do Oscar 2024, "Oppenheimer".
O documentário retrata o contexto da barbárie capitalista, do avanço do fascismo e do nazismo na Europa e no mundo, assim como a perseguição e o genocídio realizado contra os judeus na Segunda Guerra Mundial. Mostra ainda a fuga de Einstein da Alemanha, sua terra Natal, em virtude da perseguição nazista, pois o famoso físico era judeu. Além disso, o documentário, retrata também as questões éticas e morais envolvidas na produção da ciência e traz para discussão a não neutralidade da ciência e o verdadeiro papel dos cientistas como sujeitos históricos, não apenas como simples observadores dos fenômenos naturais ou sociais. A ciência não é neutra, e numa sociedade de classes, ela passa a estar a serviço de uma minoria mais rica, e acaba se transformando em mera mercadoria a serviço do próprio capital.
Com o advento da Guerra Fria, após a Segunda Guerra Mundial, com a polarização do mundo entre países capitalistas e socialistas, houve uma multiplicação exponencial na fabricação de armas nucleares, colocando em xeque a própria existência humana. Atualmente os gastos com armas nucleares ultrapassam os U$ 82,9 bilhões de dólares anuais e qualquer país do mundo tem o conhecimento e o acesso às tecnologias necessárias para a fabricação de armas nucleares. O mundo está diante de uma iminente catástrofe nuclear, sem precedentes na história, caso não haja um movimento global pela destruição e extinção das armas nucleares. A "Caixa de Pandora" foi aberta por Albert Einstein e os cientistas de sua geração, agora cabe à geração atual tentar fechar a monstruosa "Caixa de Pandora" e destruí-la para sempre, antes que seja tarde demais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário