Este é o Blog do Projeto de Ensino CINE DEBATE: TELA DIALÉTICA sobre mostra e análise fílmica vinculado à Universidade Estadual de Goiás.
segunda-feira, 22 de novembro de 2021
Professoras de Marília (2012)
segunda-feira, 22 de março de 2021
Lorax - em Busca da Trúfula Perdida (2012)
O
filme “Lorax – em Busca da Trúfula Perdida” conta a história do personagem Ted,
um garoto de 12 anos que é apaixonado pela sua vizinha, a linda garota Audrey.
Ambos vivem na cidade tecnológica de Thneed-Ville, onde tudo é artificial e de
plástico, e também um lugar onde não existem árvores ou florestas, pois foram
todas cortadas e destruídas. O grande sonho da garota Audrey é em conhecer uma
árvore de verdade. Ted decide então provar o seu amor para com Audrey e começa
uma grande aventura para encontrar as extintas árvores. Na sua incansável aventura
fora da cidade, ele conhece o guardião das árvores chamado Lorax, que luta
incansavelmente pela preservação da natureza. Na história tem o personagem O’Hare,
um ganancioso empresário que possui uma fábrica que produz e vende ar engarrafado
para os moradores da cidade de Thneed-Ville. Devido à grande poluição na
cidade, não existe ar puro para a população respirar, obrigando todos a
comprarem ar engarrafado da fábrica de O’Harre, o capitalista ambicioso e sem escrúpulos que
apoia e ganha muito dinheiro com a destruição da natureza.
As aventuras de Ted são um grande ensinamento de preservação da natureza e um chamado para o despertamento da consciência ambiental. Neste momento complexo e difícil de pandemia e de crise sanitária no Brasil, o filme ajuda as crianças entenderem que a destruição rapace da natureza provoca ttambém a destruição do próprio homem, pois este é sujeito pertencente à natureza.
A falta de vacinas, de respiradores e de oxigênio nos hospitais nestes tempos de pandemia podem ser comparados à venda de galões de oxigênio por O’Hare no filme, demonstrando que o sistema é capaz de obter grandes lucros em cima do adoecimento e morte dos trabalhadores explorados. Assim como no filme e na vida real, se torna urgente a luta pela preservação da natureza.
O filme
é um convite à reflexão sobre a destruição da natureza e suas consequências.
Conversar e dialogar com as crianças sobre este tema da preservação do meio
ambiente se tornou uma ação relevante e imprescindível para este momento atual
e difícil, dentro do contexto da pandemia do novo coronavírus.
O filme foi lançado em 2012 e sob a direção de Cris Renaud. É baseado em um conto de Dr. Seuss escrito em 1971.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
O Preço do Amanhã ("In Time" - USA - 2011 direção: Andrew Niccol)
Em um futuro recente, toda a
humanidade é submetida a uma transformação tecnológica capaz de provocar
alterações genéticas que modificam radicalmente o relógio biológico humano, retardando o envelhecimento
das pessoas ao ponto de todos os indivíduos envelhecerem somente até os 25 anos
de idade. Todas as pessoas crescem até os 25 anos de idade e depois disso não
envelhecem mais. Entretanto, a partir desta idade começa a funcionar o relógio
biológico das pessoas de forma temporal regressiva, daí todos passam a
pagar para recarregar o tempo do relógio a fim de sobreviverem, entretanto, surge
a divisão entre aqueles que necessitam trabalhar para adquirir tempo para sobreviver e uma outra minoria que explora o tempo daqueles e passa então a viver eternamente.
Cada indivíduo no filme nasce
geneticamente com uma carga de tempo de sobrevivência, mas que é contada
somente a partir dos 25 anos de idade. Inicia-se a partir de então, uma
contagem regressiva da carga de tempo que o indivíduo possui em seu relógio corporal.
Para a manutenção da sobrevivência é necessário recarregar o relógio de tempo
de forma contínua, caso contrário, as pessoas morrem sem o tempo. A vida dos
trabalhadores torna-se então uma corrida frenética e obstinada pelo tempo. Aqueles
que trabalham, ao final de cada jornada diária nas fábricas, recebem uma cota
de recarga de tempo. Torna-se necessário trabalhar hoje para ganhar as 24 horas
de vida para sobreviver o dia seguinte, trabalha-se apenas para sobreviver dia após dia. Os alimentos,
as passagens de ônibus, as compras nos supermercados e nas lojas são pagas com
frações de tempo que cada um possui. A força de trabalho é reproduzida na forma
de mercadoria, onde a moeda de troca é o próprio tempo de vida. A precarização
do trabalho e da vida são manifestos na escassez de tempo para os trabalhadores,
como relata o personagem Will Salas em um diálogo do filme: “Ou o tempo ou a
sua vida, ambos são a mesma coisa”.
O filme retrata a máxima capitalista “Time is Money”, onde literalmente na vida dos personagens tempo é dinheiro e vice versa. O tempo passa a ser no filme uma simbologia do dinheiro, retratando a exploração de classe e a hierarquia social na sociedade capitalista. Enquanto os trabalhadores pobres residem no gueto, onde são segregados e explorados, os mais ricos e donos do grande capital trabalham e moram em New Greenwich, um local de muita riqueza e prosperidade.
O tempo dos trabalhadores,
subtraído através do trabalho mecânico e alienado, vai todo para New Greenwich,
onde é acumulado e usufruído pelos mais ricos e donos do capital. Os moradores
de New Greenwich não possuem preocupação com o tempo, fazem tudo devagar e adquirem
a vida eterna, pois o tempo que lhes sobra é produto da exploração e da morte dos
trabalhadores que residem no gueto. Para os moradores de New Greenwich viverem
a eternidade, é necessário o extermínio de classe, ou seja, o genocídio diário
no gueto.