(Escrito por: Renato Coelho)
O filme de ficção PARADISE (2023), é uma produção alemã e dirigido por Boris Kunz. O filme é uma metáfora sobre a atual sociedade capitalista neoliberal, e retrata as condições sociometabólicas do capital em uma sociedade de classes e altamente tecnológica. Discute ainda temas candentes como a não neutralidade da ciência, a superexploração da classe trabalhadora, a mercadorização do tempo, as relações entre corpolatria e rejuvenescimento, e ainda a privatização da vida e o poder das grandes corporações.
Em um futuro não muito distante, a tecnologia humana avança ao ponto de poder alterar o relógio biológico das pessoas. Entretanto, em um contexto marcado pela sociedade de classes, onde se desenvolve toda a trama fílmica, para adquirir mais tempo e rejuvenescer, é necessário ter grande capital disponível para a compra de mais tempo de vida. Assim, os ricos compram o tempo de vida dos mais pobres, enquanto os primeiros rejuvenescem com o tempo roubado das camadas mais pobres, a maioria da humanidade envelhece em tempo acelerado, a fim de garantir o rejuvenescimento da minoria mais rica.